Hoje me deparei com essa foto sensacional que retrata um grupo de professores de matemática fazendo um protesto contra o uso de calculadoras nas escolas, alegando que, se fosse permitido aos estudantes fazerem uso do dispositivo, eles não aprenderiam os conceitos da matemática dessa forma.

Essa foto me gerou uma reflexão sobre como o Chat GPT e todos os serviços de Inteligência Artificial vieram para ficar, apesar da resistência que vêm enfrentando por parte de uma parcela de pessoas que os enxergam como possíveis ameaças. E, mais do que isso, em como estas se apresentam como ferramentas extremamente úteis e, caso sejam usadas com sabedoria, capazes de fazer a humanidade galgar para um patamar ainda mais elevado.

A foto em questão me fez lembrar da ocasião em que Elon Musk solicitou que fosse interrompido por aproximadamente seis meses o desenvolvimento da AI (Artificial Inteligência), argumentando em seu discurso que algo ruim pode acontecer caso nós não pararmos para refletir sobre o uso indiscriminado dessas novas tecnologias.

Acredito que ele até tenha razão, mas, de certo modo, me parece que a história, mais uma vez, está se repetindo. Pois como cantou Elis Regina: "(...) apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".

O fato é que toda mudança traz desconforto e, certamente, o uso da calculadora eletrônica foi algo que incomodou os professores da época e trouxe dúvidas sobre o futuro da educação dos jovens e, principalmente, para o dia a dia dos analistas de dados! Afinal, colocando o chapéu de um data analytics, como podemos gerar melhores resultados quando competimos com máquinas? A disputa parece desleal?

Mas, na verdade, quem foi que disse que precisa ser uma competição? E se houvesse a possibilidade de trabalharmos de maneira colaborativa com essas ferramentas? E quem disse que não é possível? É tudo uma questão de perspectiva. Os dados são dinâmicos e, sem dúvidas, são a matéria-prima de qualquer análise. Os processos computacionais e o nível de processamento estão cada vez mais velozes e atualmente, com o auxílio das AI, os resultados sairão cada vez com mais precisão e em menor tempo hábil. Fica a reflexão.

Você consegue imaginar o salto que daremos com todos esses recursos em mãos? Os analistas de dados se tornarão gestores de AI e terão a missão de se transformar, cada vez mais, em decisores sobre dados, pois deixarão que as máquinas façam todo o trabalho pesado. É verdade que muitos estatísticos e analistas de dados "se escondem" por trás de toda a dificuldade e técnica das análises. Mas isso não acontecerá agora, nesse novo contexto, onde eles irão se deparar com os dados trabalhados e analisados para que, deste modo, a melhor decisão seja tomada. Aí estará a grande diferença!

Então, será que a resistência às novas tecnologias e ferramentas de inteligência artificial é apenas uma questão de comodismo e medo de mudanças? Ou será que podemos abraçar essas mudanças e usá-las a nosso favor, aprimorando nossas habilidades e criando novas possibilidades? O futuro está nas mãos de quem tem a coragem de abraçar a mudança.


Christian Vincent

Sobre o autor

Christian Vincent é engenheiro formado pela UFRJ, com mestrado em administração pela Puc-Rio e curso de extensão em Business na Kellogg School of Management. Possui um mix de experiências, desde executivo de grandes empresas a fundador de startup. Ao longo de sua carreira passou por grandes empresas do segmento de pagamentos e bancos como Fininvest, Itau-Unibanco, Cetelem, Firstdata, Tribanco, Neurotech e, ao longo dessa trajetória, desenvolveu fortemente a relação com os principais varejistas do país. Foi o fundador da startup IZIO que criou em 2014 e vendeu para o fundo Hindiana em 2022.