Por Fátima Merlin advisor da Izio&Co e fundadora e CEO da Connect Shopper

É notório que, apesar de todos os desafios e barreiras, com muito esforço, as mulheres vêm, ainda que de passo em passo, conquistando o seu espaço no mercado de trabalho, em especial, quando se trata de cargos de liderança. Preconceitos, vieses inconscientes, questões culturais, maternidade, autoritarismo, discriminação, subserviência, o papel de coadjuvante, a necessidade de mostrar muito mais trabalho que o homem e de desenvolver um estilo de liderança mais masculino, além de diferenças salariais, são alguns dos desafios e barreiras a serem suplantados.

Apesar da forte presença do tema liderança feminina na agenda corporativa, e de toda evolução quando se trata de mulheres assumir em postos no topo das empresas, as e estatísticas são ainda mais desanimadoras. No varejo, esses dados não são diferentes: embora tenhamos grande presença de mulheres em lojas (atendentes, operadoras de caixa, balconistas, entre outros), quando se trata da presença delas em cargos de liderança, a participação ainda é bem restritiva sendo menos de 6%.

Uma pesquisa realizada pelo IMDV só reforça as estatísticas: 80% classificam o papel da mulher como primário e em desenvolvimento e 78% dizem que o nível de esforço para alcançar cargos de direção é muito alto. Lembrando que, em muitos casos, em especial no varejo alimentar e farma, a mulher tem um papel relevante no processo decisório: mais de 80% das decisões de compras estão nas mãos delas, o que representa, a maioria dos shoppers destes canais.

Embora distante de protagonizar o papel que nos cabe no mundo de negócios, em especial, no tocante ao varejo, o fato é que a diversidade precisa estar inserida e integrada à cultura das organizações. Não à toa, para acelerar este processo e dar mais oportunidade para mulheres em cargos de liderança, temos acompanhado o surgimento de inúmeras iniciativas e movimentos, como realização de estudos e investimentos na promoção, divulgação e a conscientização sobre o tema; troca de conhecimento e informações; capacitação e mentorias; empoderamento e autoestima; união de homens e mulheres em prol da diversidade; além do investimento em ações que ajude a todos em mudança de mindset e cultura.  

Você pode estar se perguntando: “Por que vale a pena investir nessa diversidade”? Bem, de acordo com o relatório “Women in Business and Management: The business Case for Change”, em um estudo feito com 13 mil empresas, em 70 países:

-       57% concordam que iniciativas de diversidade de gênero melhoram os resultados dos negócios;

-       2/3 das empresas que investiram em diversidade de gênero relatam aumento do lucro entre 5% e20%;

-       57% disseram que é mais fácil atrair e reter talento;

-       54% disseram ter visto melhoria na criatividade, inovação e reputação da empresa;

-       37% consideram que essas iniciativas permitem avaliar com mais eficiência a visão do cliente.

Entre as companhias com diversidade, o relatório também apurou que 21% delas são mais propensas a terem lucratividade acima da média em relação às companhias com pouca diversidade na liderança.

A transformação está em curso, o que nos falta é sermos protagonistas das nossas escolhas, ousar mais e nos arriscarmos mais. Como dizia Madre Teresa de Calcutá, “quem olha para fora sonha quem olha para fora desperta”.

E quando falamos em liderança feminina, se trata também de estilo de liderança, sobre os líderes da Nova Era.

Uma nova era pautada por valores como acolhimento, proximidade, orientação às pessoas, atenção ao ambiente, forte tendência a cooperação, ações inclusivas, empatia, entre outros. Características estas, inerentes ao universo feminino. Aí ser relevante promover, construir e disseminar estratégias, ações e boas práticas que propiciem as condições necessárias para fortalecer o papel e ampliar a participação e liderança de pessoas com essas características no varejo. Líderes que entendam a importância de ser o exemplo, de valorizar além das competências técnicas as comportamentais (soft skills), de colocar verdadeiramente o ser humano no centro das decisões e contar com muita inteligência emocional e empatia.

Líder VECCCAS:  

•       VISÃO

•       ENTENDIMENTO

•       CLAREZA

•       COMPREENSÃO

•       CORAGEM

•       AGILIDADE

•       ADAPTABILIDADE

•       ATITUDE

•       SABEDORIA

 

#BoraDespertar

*Fatima Merlin é fundadora e CEO da Connect Shopper, Conselheira, Mentora e Palestrante, Mestre em comportamento do consumidor, MBA em Marketing, economista, especializada em varejo, pesquisa em marketing, gerenciamento por categoria e shopper atuando há mais de 30 anos nestas áreas.

Professora de Varejo, Pesquisa de Marketing e Comportamento do Consumidor.

Membro do Grupo Diretor ECR Community Global CatManNetwork

Desenvolveu carreira executiva em varejista de farma e supermercados, na Abras e Kantar World Panel.

É articulista em diversas revistas especializadas como: Super Hiper, Super Varejo, Consumidor Moderno, Supermercado Moderno e Guia das Farmácias.

Palestrante em diversos eventos empresariais e instituições de renome.

Autora dos livros: Meu cliente não voltou, e agora? Shoppercracia, com versão em inglês via ebook Shoppercracy, e Varejo Conectado: Decisões Orientadas por dados, todos pela editora Poligrafia.

 

Fátima Merlin

Sobre o autor

Fatima Merlin é fundadora e CEO da Connect Shopper, Conselheira, Board Advisor, Mentora, Palestrante e Advisor da IZIO&Co. Mestre em comportamento do consumidor, MBA em Marketing, economista, especializada em varejo, pesquisa em marketing, gerenciamento por categoria e shopper atuando há mais de 30 anos nestas áreas. Professora de Varejo, Pesquisa de Marketing e Comportamento do Consumidor. Desenvolveu carreira executiva em varejista farma, supermercados, na Associação Brasileira de Supermercados e Kantar WorldPanel. É articulista em diversas revistas especializadas como SuperHiper, Super Varejo, Supermercado Moderno e Guia das Farmácias. Palestrante em diversos eventos empresariais e instituições de renome. Autora dos livros: Meu cliente não voltou, e agora? e Shoppercracia e versão em inglês via ebook Shoppercracy e Varejo Conectado: Decisões Orientadas por Dados, pela editora Poligrafia.